domingo, 1 de junho de 2008

Cause = Time

Em que devemos consumir nossa existência? No que devemos gastar nosso tempo? O que realmente é significativo a ponto de representar um sentido para nossas ações? O que me faria perder o sentimento de vazio que percorre certas horas do dia? Tornar-me-ia um completo traço mecânico se essa representasse a razão. Um indivíduo amarrado na rotina que esvazie seu cérebro. Nós temos leis humanas e naturais que permitem isso. Leis físicas, que ultrapassem qualquer barreira axiológica imposta. Mas algo intervém. Minha consciência crítica me impede de ser assim. Talvez minha incosciência seja crítica também e de acordo. Eu sou o jaguar rondando a presa que adivinha pelas sombras na floresta. Sou Londres evacuando seus prédios e escritórios pelo medo paranóico de mais um atentado. Quem entende Londres? Não interagimos com a menor das cidades. Apenas passamos por ela. As cidades, em seus conceitos decimais de organização social, são estranhas pela manutenção do espaço sem tempo. Como um salvo-conduto. Quem pode prever as distrações? Mas são elas que substanciam a divagação elementar. Você precisa pegar um ônibus para chegar em algum lugar, por exemplo. Ler um livro para realizar determinado trabalho. Fechar os olhos para pensar melhor. Beber, comer, dormir. "I was the sound before the letters", disse L. Campbell. Por isso eu nunca entendo. Por isso continuo ignorando a resposta.

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