Meus amigos e inimigos, há vida fora do MSN. Há no ar que respiramos uma chamada para experimentar sapatos sem compromisso, um convite para evadir festas que se tornam tremedamente chatas, a liberdade de chutar a internet pra escanteio e ignorar os leaks do mais novo álbum do Death Cab For Cutie. Meus amigos e inimigos, há definições no cosmo que dissipam qualquer utilidade do orkut. São devaneios nominais que arrastam a massa para o telefone, a fim de ouvir a própria voz dqueles que já desconhecemos fisicamente pela falta de contato. As mudanças podem não vir em banda larga, mas farão sentir sua presença. Ao menos deixam marcas no coração condizentes com a elevação da pretensão mundana que somos capazes de produzir. Meus amigos e inimigos, há nos índices literários mais fascínio que a Wikipédia ou o Google podem produzir. Podem sentir isso com as mãos, em cada página virada, mas apenas se elas estiverem longe do teclado. Senão vejamos. Existiria caracteres tão íntimos quanto um abraço? Um beijo? Que emoticon seria mais explícito que olhos demasiadamente felizes pela nossa companhia? A realidade não é virtual. As cores de um belo dia solar não estão codificadas em pixel. Abracemos a insignifcância que o conteúdo de nossas palavras produzirá em um chat com desconhecidos sobre o conteúdo da televisão. Desista: jogos em rede tentam nos conquistar mas apenas a sinceridade do amor prevalece. Meus amigos e inimigos, ainda não precisamos de amores cibernéticos. A destruição pós-nuclear não aconteceu, de forma que não estamos inevitavelmente separados pela tela fria do computador num futuro apocalíptico em que homens se anulam diante das máquinas. Podemos ainda receber o calor de um sorriso que nos acolha de vez.
sábado, 31 de maio de 2008
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