Passei o último quarto de hora lembrando de todas as pessoas ausentes. As que conheci e não lembro. As que se afastaram de alguma forma. As que simplesmente desapareceram. As que tomaram um caminho tão diferente do meu que se tornaram completamente desconhecidas. As que trazem dor só em lembrar. Pessoas: matéria indefinida. Como poderia falar delas? Como apresentar todo o amor e raiva e contestação e faz-de-conta. Que eu dissesse as verdades que vieram com cada uma delas, os enganos encontrados em cada coração. As imagens tão belas; de forma que qual seja o dia celebrado elas estarão aí, me dizendo o que fazer: cavar um poço bem fundo, onde enterre todas. Para que possam se apresentar novamente e recomeçar de outra maneira. O estômago, a alma, todo o resto, tecendo a fazenda imaginária das conversas vividas, dos sorrisos cúmplices, da estreiteza aguda imposta. As relações são duras, como pedras. Pedras a machucar a pele, alertando o corpo para os tempos vindouros: quando, quietos e vagos, nos aqueceremos na memória guardada para si.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
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