Os negativos estavam na estante, ao lado dos textos de Apollinaire. O cheiro de serragem por toda parte, e o silêncio absurdo da rua só serviu de pretexto para nossa fuga. O velho barco, encalhado na margem do rio, lembrava a estranheza do destino. Como fomos parar aqui, pensando nessas coisas...? Eu não sabia o que mais estava por vir. O amor começava pela nuca, com os dedos cavalgando a pressa. Fitava as águas rumando para o mar, e me continha. Se era para ser assim, que fosse um pouco diferente. A dez dias para encenação, você não recorda algumas falas. As mais circunstanciais. As outras, extensas, surgem até nos sonhos sombrios da manhã de vanguarda, quando, envenenado pelo ídolo de pedra, só pensei em dizer que não me importo com seu cabelo azul. Quem sabe uma carta febril, que prometo há tanto tempo, conserte um pouco o dia.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
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