sexta-feira, 30 de novembro de 2007

The Blackwell Tunes - Covers # 1

Love me two times, baby
Love me twice today
Love me two times, girl
I'm goin' away

Love me two times, girl
One for tomorrow
One just for today
Love me two times
I'm goin' away

Love me one time
I could not speak
Love me one time
Yeah, my knees got weak

Love me two times, girl
Last me all through the week
Love me two times
I'm goin' away
Love me two times
I'm goin' away

Love me one time
I could not speak
Love me one time
Yeah, my knees got weak

Love me two times, girl
Last me all through the week
Love me two times
I'm goin' away
Love me two times
I'm goin' away

Love me two times, baby
Love me twice today
Love me two times, girl
I'm goin' away

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

The Blackwell Tunes - Demos # 1

Você nunca morre de verdade
se está jovem o bastante
Você nunca morre de verdade
se está jovem o bastante
E entender
como se vive longe de si.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Destruindo Os Mitos # 2

Matéria publicada no site Omelete. Você acha que os tempos estão mudando - ou não.

Em um papo que acontece regularmente com a Billboard, o baixista linguarudo do Kiss, Gene Simmons, falou um pouco sobre o presente e futuro da banda. Simmons disse que o Kiss vai fazer 15 shows nos Estados Unidos, acompanhando o campeonato de Fórmula Indy, e tem mais seis datas na Austrália e Nova Zelândia, tudo isso para dar apoio ao lançamento do terceiro DVD da Kissology, pacote de pelo menos dez DVDs que sairão nos próximos anos e pretendem contar a história da banda.
Quando perguntado sobre a possibilidade do Kiss voltar a estúdio em um futuro próximo, ele praticamente disse para os fãs perderem as esperanças. E a culpa é de quem baixa música ilegalmente pela Internet. Em suas palavras: "A indústria fonográfica está uma grande bagunça. Eu previ isso quando a garotada começou a baixar músicas de graça, disse que eles eram uns ladrões. Eu disse a todo selo e gravadora com os quais falei que eles haviam acendido o pavio de sua própria bomba e que ela explodiria embaixo deles e os mandaria para a rua".
"Não há nada em mim que queira entrar em estúdio e gravar novas músicas", continuou. "Como você vai comercializá-la? Como você será pago por ela se as pessoas podem obtê-la de graça? Eu lançarei um box set de Gene Simmons chamado Monster, uma coletânea de 150 músicas inéditas. E ano que vem faremos o mesmo com material do Kiss. Mas o fato é que a indústria fonográfica não tem a mínima idéia de como fazer dinheiro. E é culpa deles mesmos por deixarem as raposas entrarem no galinheiro e depois ficar pensando no porquê de não haver mais ovos ou galinhas. Cada guri de colégio, cada um desses folgados deveria ser processado até sumir da face da Terra. [A justiça] deveria ter tomado seus carros e casas logo no começo. Isso não me afeta de verdade, mas imagine a situação de uma banda nova, com o sonho de se apresentar ao vivo e gravar seu próprio álbum. Elas podem esquecer isso."
Questionado sobre as novas maneiras procuradas por bandas como Radiohead e Trent Reznor de comercializar suas músicas, Simmons continuou taxativo: "Isso não conta. Você não pode usar uma pessoa como exceção. E esse não é um modelo de negócios que funcione. Eu abro uma loja e digo 'entre e pague o quanto quiser'. Você está doido? Acredita mesmo que esse modelo de negócios funcione?".
O ícone do Kiss também não acredita que seja possível uma banda viver apenas de shows e merchandising, deixando que sua música seja baixada de graça. "Bom, esse é o erro mais estúpido que se pode cometer. A parte mais importante é a música. Sem isso, pra que se preocupar? Até mesmo a idéia de dar música de graça torna mais fácil fazê-lo. A única razão do ouro ser caro é porque todos concordamos com isso. Não há uma razão lógica para isso, exceto que todos concordamos e aceitamos a idéia de que o ouro custe uma certa quantia de dinheiro. Assim que você der às pessoas uma idéia que se desvie disso, há caos e anarquia. E é isso o que está acontecendo [com a indústria fonográfica]".
É bom lembrar que o Kiss é um dos maiores exemplos de enriquecimento com merchandising da indústria musical, tendo colocado a marca em praticamente todos os produtos possíveis e imagináveis, de camisinhas a caixões. Segundo o próprio Simmons, apenas companhias como a Disney e a LucasFilms batem o Kiss nesse quesito. Então, se Gene Simmons diz que uma banda não consegue sobreviver apenas à base de shows, talvez ele tenha alguma razão. Ou seu padrão financeiro de "sobrevivência" talvez esteja alto demais.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Válvulas Incandescentes # 5

Deixe-me sangrar. Deixe-me sangrar mais um pouco. Deixe e verá que o futuro provável será fumaça em seus olhos. Seus dedos finos como lâminas farão o resto. Eu não me importo com o que mais faça. Tenho meus cavalos, meus bravos cavalos para alimentar, e isto basta no momento. Os livros e rosas que me traz são para a ilusão do corpo.

sábado, 17 de novembro de 2007

Passa A Hora Passarinho [Diana]

A foto da princesa morta
[estampada no jornal]
Foi parar na lata do lixo
Na calçada corrida por meninos
Na gaiola dos passarinhos
Como os que Quintana previu.

Encontraria em seus sonhos
Um compasso sem igual
[na melodia e na beleza]
Transmitindo a beleza rival
De sua própria condição,
Marcando a hora de seu retorno?

Válvulas Incandescentes # 4

Quando o dia começa em fúria porque a noite inteira passou em clara escuridão (clara percepção), você não consegue pensar coisas realmente edificantes. Você distorce para os lados como se estivesse pendurado no abismo, fascinado pela idéia da queda. E nada do que veja e do que ouça ou fale pode resgatar a mente dessa confusão passageira, paisagem interminável. Poderia admitir? Os meus erros, a minha frustração, na medida em que o coração aceita e submete cada reação ao óbvio arrependimento. Porque os planos estão fugindo do controle. Porque já não se sabe bem como o amor pode deixar uma tarde assim, tão triste... Longe de um estado de espírito em que esteja seguro.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Destruindo Os Mitos # 1

Matéria publicada na Folha de S. Paulo


Biografia mostra lado amargo do criador de Snoopy
Por Raquel Cozer



Do telhado de sua casinha, no início dos anos 70, Snoopy batucava na máquina de escrever: "Docinho, sentiu minha falta?". As cartas de amor eram o começo da prolífica fase do beagle como escritor nas tiras da série "Peanuts". Eram também declarações do cartunista americano Charles Schulz (1922-2000) para uma moça por quem se apaixonara antes de se separar da primeira mulher. A transposição do romance de Schulz para os desenhos foi apenas uma das descobertas que o escritor norte-americano David Michaelis, 50, fez após seis anos mergulhado na vida e na obra do criador de Snoopy e Charlie Brown. Ela está em meio às 650 páginas da biografia "Schulz and Peanuts: A Biography", lançada mês passado nos EUA e sem previsão de lançamento no Brasil.
O cartunista, que completaria 85 anos no próximo dia 26, tinha o costume de reproduzir situações exatas de sua vida nos desenhos. "Ele nunca escondeu que havia muito de si nas histórias, mas é surpreendente a quantidade de recados que deixou nas tiras", diz o autor à Folha, por telefone, de Nova York.
Michaelis entrevistou mais de 200 parentes e amigos e se debruçou nas 17.897 tiras criadas pelo artista ao longo de 50 anos, hoje nos arquivos da United Media, que detém os direitos de "Peanuts".
O Schulz que resultou dessa pesquisa é amargo e sarcástico, capaz de guardar rancores por décadas. Michaelis constatou casos já conhecidos, como o de que Donna Johnson, uma ex-colega que rejeitou um pedido de casamento de Schulz, inspirou a Garotinha Ruiva, o amor não-correspondido de Charlie.
Mas descobriu, também, outras motivações. Lucy, sempre mandona e egoísta, dividia com Charlie Brown muito do que o cartunista vivia em casa com sua primeira mulher, Joyce. O casamento dava o tom da relação de Lucy com Schroeder --ela, sempre pedindo atenção; ele, envolvido com sua arte. Tais conclusões causaram mal-estar na família de Schulz, que ajudara Michaelis desde o primeiro contato, em 2000, três meses após a morte do cartunista. Ao responder ao e-mail do escritor, a viúva, Jean Clyde, contou que uma das últimas leituras de Schulz fora a biografia do ilustrador N.C. Wyeth -de autoria de Michaelis. "Era o voto de confiança de que precisava", avalia.
Jean garantiu acesso a cartas e documentos. Mas, quando o livro ficou pronto, ela e outros parentes renegaram a imagem que encontraram. Schulz, argumentaram, era alegre e divertido. "Dei a eles a chance de fazer correções, mas o fato é que a família não tem distanciamento para julgar a vida de alguém que ama", diz Michaelis.
Filho de um barbeiro alemão e de uma dona-de-casa de família norueguesa, Schulz levou para as tiras o cenário de distanciamento no qual foi criado. Em "Peanuts", a indiferença, mais do que a rejeição, é a resposta mais comum ao amor.
Nada que, segundo Michaelis, não pudesse ser reconhecido na atitude de Dena, mãe de Schulz, a quem a biografia descreve como uma pessoa "distante, evasiva". Dena morreu com câncer um dia antes de Schulz, convocado para a Segunda Guerra, partir para o quartel. Sua última --e traumática-- frase para o filho, "Nós provavelmente nunca mais vamos nos ver", seria reproduzida num diálogo em que Marcie e Patty Pimentinha falam sobre Charlie Brown.

SCHULZ AND PEANUTS: A BIOGRAPHY
Autor: David MichaelisEditora: HarperCollins

domingo, 11 de novembro de 2007

Depois Das Dez

Um disco velho, armário e livros
dormem lá fora
sob o encanto do sereno.
Eu pego as nuvens, se faço ou tento,
amainar para os lados de cá
na passagem da hora.

Válvulas Incandescentes # 3

Circunstancial foi o pedido de perdão que nunca veio. Com sorrisos amarelos estampados nas figuras, eles cercaram a mesa e procuraram ser gentis. Mas por que me engano? Em tudo o som de uma nota só, repartida na boêmia do desejo: não vou ceder, muito menos por você. E assim fica tarde pra viver do jeito que sempre quis, indefensável na dureza da terra, cultivando sossego.

sábado, 10 de novembro de 2007

Válvulas Incandescentes # 2

Nada mais longe da verdade: quando enxergamos a destreza dos que parecem superar-se na demência, ágeis como touros, nos damos conta que essas vicissitudes estão longe de serem superadas. Palavras duras vêm à boca, na incontrolável verborragia da revolta. O que esperam na sua pífia exclusão dos fatos? O que pensam explorar além da ira e relativismo: das emoções, das lembranças; da própria condição humana? Pois que me espanta a sua pobreza como indivíduos. Mas, onde haja qualquer resposta, não me convém encontrá-la. Os interesses, agora, são outros.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Válvulas Incandescentes # 1

Porque será sempre assim: você e eu, algumas notas, a melodia decrescente, e minha insatisfação de cada dia. Farei mudanças raivosas no arranjo, serei ridículo, serei ontem; e por todas as horas da semana. Como não pude prever o que era óbvio na sua tatuagem do calcanhar? Entre os projetos, desenhos aleatórios, sua sanha me esquadriando a noite inteira, e antes que pudesse dormir um pouco, as unhas marcando na sombra azul as minhas costas, fazendo eu pensar, até quando, até onde. Quando puder, eu desisto, abro mão do seu jeito, e vou pra vida à tarde trabalhar, na montagem e manutenção de corações solitários.