sexta-feira, 16 de maio de 2008

She's Not Dead [Parte Dois]

Subterfúgios verbais fazem parte do jogo. Começa assim. Ela olha e meio sem querer lembra que já conversamos antes. Sim, há alguns anos. Ela falava da sua coleção de discos e de como era feliz na companhia do amigo que morreu. Eu encontrei uma janela, pensei. Uma janela para alguma porta, embora não soubesse qual. De qualquer forma, era algo que valia ser explorado. E os meses e horas seguintes foram um deslumbramento só. Dos mais íntimos detalhes ao sonho da noite anterior. Então o interlúdio. Primeiro, breve, depois uma infinidade de contratempos, que pareciam cada vez mais desconexos. Entrevi os acontecimentos mais próximos. Os diálogos reprimidos. A razão omitida. A desafinar, quase. Recordei que os Beatles se separaram, afinal. O meu caso não poderia ser pior. Poderia ser, pior, o meu caso. O que não seria, se tivesse levado a sério minhas decisões. Por isso ela volta agora, mesmo já perdido o sentido. Porque o flashback é em banda larga, me pegando desprevinido. Okay, não seria legal se não fosse assim. E na verdade seria, se fosse em outro tempo. Mas os lugares e até as pessoas mudam. Histórias de amor só funcionam no cinema, e a minha vida não tem projeção. Ela volta, e deixa para pegar depois o que é dela. Como eu disse, interlúdio.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Eu sempre venho aqui e nunca comento nada .
Fico sempre com a sensação de "putaquepariu " ele escreve bem demais,minhas palavras se perdem no sentido que a sua me traz, e eu fico meio que parada sem saber o que dizer, ou melhor, sem dizer absolutamente nada.

Assim como estou agora..
Só me resta um, continue garoto, que uma leitora fixa você já tem.

Uma admiradora sua e mais que isso amiga, pro que der e vier, okay!

Gosto demais de você senhor Rafael.

Beijão

:)