quinta-feira, 12 de junho de 2008

Past In Present

Revivi o dessasossego de uma lembrança muito distante, que surgiu com tintas obscuras diante de meus olhos. Passava pela porta de um colégio quando aconteceu. Uma criança com olhar triste à espera de alguém para buscá-la. Se essa fosse a única razão de sua expressão desolada, me ofereceria num mundo ideal para deixá-la em casa. Mas senti que havia algo além. Havia devaneios sem nome, uma sensação de cansaço que parece não ter fim... Como vivia nesta idade. Entre o presente muito vivo e estranho e o futuro cercado de uma atmosfera perigosa, em que os rostos conhecidos viravam máscaras de terror. Nunca lidei de maneira satisfatória com esses anseios, e talvez por isso não me eram muito frequentes os questionamentos. Mas o tempo respondeu algumas expectativas, outras não, e a contemplação firmou-se em novos planos, mais profundos como as coisas próprias de cada idade. Só que o rosto daquela criança, retornou tudo. Retornou a mim a sensação de problemas não resolvidos e a certeza de que somos frágeis diante da insurreição do inconsciente, incompreendido sempre. E por todos esses anos já vividos, vou cada vez mais longe nas respostas.

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