domingo, 8 de junho de 2008

Sunday Morning Call [Parte Dois]


Escrevi uma resenha sobre o último livro do Nick Hornby. Depois que foi publicada, comecei a achar que poderia tê-la escrito de outro jeito. Não sei, de repente algumas passagens me soaram bem resumidas, e isso talvez não estimule muito a ler quem não conhece o autor. Condensei muitas coisas em poucas linhas. Sim, eu sei que dificilmente alguém o procure a partir desse livro, até por ser o menos indicado para entrar no seu universo ficcional, mas enfim... Queria que o interesse fosse genuíno, de qualquer forma. E ele é bem bacana, afinal. Bem, aí vai a matéria, postada em outro sítio:


"Talvez o escritor mais pop do mundo, em todo o poder desta expressão, Nick Hornby aporta nas livrarias brasileiras com o seu mais novo lançamento, Slam, voltado para o universo juvenil, tratando de um tema nada amistoso: gravidez na adolescência.

Escritor marcante pela verve irônica e proximidade de seus personagens com a realidade contemporânea, já teve três de suas obras adaptadas ao cinema, como Alta Fidelidade e Um Grande Garoto, todas com sucesso. Com sua fórmula cheia de citações musicais e sentimentos familiares a nossa geração, Hornby criou um público cativo para seus livros, ainda que tenha produzido textos controversos, a exemplo de Uma Longa Queda, de teor adulto e carregado, que também está tomando o caminho das telonas.

Agora, voltando seu trabalho para um público mais jovem, o autor inglês traça a vida de um adolescente que vê suas perspectivas mudarem com a gravidez da namorada. O tratamento dado não chega a ser leve, mas passa longe de ser uma compilação didática do tema ou uma lição moralista sobre os riscos do sexo sem prevenção. Até porque esse tom soaria dissonante de sua obra.

Os conflitos vividos pelo personagem principal, Sam, e sua namorada Alicia surgem genuínos diante da complexa situação que enfrentam, com problemas difíceis de lidar para sua idade, 16 anos. Apaixonado por skate e sem grandes preocupações com o futuro, Sam vê seu mundo mudar drasticamente com o filho que se avizinha. Procurando ajuda com seu “amigo” Tony Hawke [ou melhor, com o pôster do famoso skatista pregado na parede de seu quarto e com quem julga conversar], o protagonista abre espaço para questionamentos sobre mudanças em sua vida e na realidade a sua volta. Afinal, precisa assimilar as angústias e cobranças que crescem junto com a barriga da namorada, e lidar com a nova postura que as mudanças impõem.

Em seus melhores momentos, Hornby repete neste livro a qualidade que o consagrou: falar um pouco de quem o lê e se identifica nas peripécias imaginadas por ele. É até um lugar-comum reconhecer-se em personagens como Will e Rob Fleming. Embora utilize recursos duvidosos para antecipar as agruras de seu novo protagonista, no fundo trata de uma pessoa comum com um problema cada vez mais comum para lidar. E que vive um cotidiano reconhecível: SMS, X-Box, Green Day, Jennifer Aniston e Starbucks.

O autor estabelece um diálogo honesto com os elementos mencionados, tornando desconcertante algumas passagens por serem antes críveis que cômicas. É capaz de basicamente contar a mesma estória várias vezes e ainda assim serem sempre imprevisíveis, pois como cada um de nós, seus personagens levam tombos e quedas na vida. O importante é saber como se levantam. E disso Nick Hornby mostrou que sabe falar como poucos, seja para uma geração ou para outra."

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