sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Going Nowhere

Onde uma rua se torna praça e mercado, onde os pássaros em gaiolas arrancam as próprias penas e os cachorros comem os restos de carne e ossos, onde o vendedor boceja enquanto escuta a conversa da cliente, onde os carros passam em marcha lenta, desviando dos pedestres.
A hora passa.
Outra rua, novos olhares, da loja de consertos entulhada com televisores antigos, da pastelaria cheia de trabalhadores calados, da igreja evangélica ocupada apenas por um pastor, da biblioteca munincipal, exalando o cheiro de mofo.
Quase noite.
No antigo cais da cidade, uma pizzaria com poucos clientes, um pequeno museu fechado, uma loja de artigos velhos e usados, uma sorveteria com alguns turistas, uma senhora oferecendo artesanato, o velho galpão, perto da nova sede comercial da cidade. Depois, o rio.
01:27 am
Começa a chuver quando bêbados passam em bando, fazendo algazarra. O gato pulando o muro testemunha o instante em que os namorados se despedem pela última vez. Quem estará aqui outra vez, amanhã quem sabe? Um barulho longínquo remota ao tempo.

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